segunda-feira, 30 de março de 2009

As 10 vias mais difíceis do mundo e a Chilam Balam.


O site 8a disponibilizou hoje a relação das 10 vias mais difíceis do mundo. Segue abaixo o nome das "marditas" e sua graduação francesa e nacional, o local onde elas são encontrada e, entre parênteses, os escaladores e o ano em que fizeram a primeira ascensão:
1) "Jumbo Love" 9b (12b) - Clark Moutain, EUA - (Chris Sharma, 2008)
2) "Akira" 9b (1b) - Charante, França - (Fred Rouhling, 1995)
3) "Es Pontas" 9b (12b) - Mallorca, Espanha - (Chris Sharma, 2007)
4) "Golpe de Estado" 9b (12b) - Siurana, Espanha (Chris Sharma, 2008)
5) "Delincuente Natural Ext." 9b (12b) - Rodellar, Espanha (Dani Andrada, 2008)
6) "Salamandre" 9b (12b) - Haute-Savoie, França (Fred Rouhling, 2007)
7) "Coup de Grace" 9a+ (12a) - Sonlerto, Suíça - (Dave Graham, 2005)
8) "Overshadow", 9a+ (12a) - Malham Cove, Inglaterra - (Steve McClure, 2007)
9) "Open Air" 9a+ (12a) - Schleier Wasserfall, Áustria - (Alex Huber, 1996)
10) "Corona" 9a+ (12a) - Frankenjura, Alemanha - (Marcus Bock, 2006)

O jovem Adam Ondra mandando a via "Open Air" encadenado primeiro pelo Alex Huber. Foto: Divulgação.

O site ainda relaciona as cinco vias que considera ser os 9a+ (12a) mais difíceis de serem repetidas. São elas:
1) Violent New Breed - Giggleswick, Inglaterra.
2) I'm Reich Des Shogun - Tufleten, Suíça.
3) Jaws II - Rumney, EUA.
4) The Big Bang - Lower Pen Trwyn, Inglaterra.
5) Biographie - Ceüse, França.

Um possível 9b+ (12c) encadenado pelo escalador Bernabé Fernández gera polêmicas até hoje. A via, Chilam Balam, fica na falésia próxima a Málaga, na Espanha. Bernabé trabalhou durante 3 anos até encadenar as 22 proteções da via. Declarações polêmicas surgiram após o escalador graduar a via em 9b+ (12c), já que na época, a via mais dificil encadenada seria um 9a (11c). 

Bernabé Fernández na polêmica via Chilam Balam. Foto: David Manilla.

Uma das críticas partiram do escalador alemão Alex Huber que disse não levar a sério o grau proposto por Bernabé. "Não posso levar a sério a proposta de Bernabé como não vejo nenhuma referência que me prove que ele pudesse mandar uma via de uma grau tão elevado quanto esse proposto pelo mesmo." A mídia escaladora espanhola pedia para que ele mandasse a via na presença deles, mas o escalador se recusava. "Explicamos que ele tinha feito a ascensão mais difícil do mundo e que isso precisava ficar claro para a comunidade mundial da escalada. Mas ele se negava!" disse o editor da revista espanhola Desnivel.

Porém alguns partiram em defesa do escalador. E uma dessas pessoas foi a escaladora basca Josune Bereziartu. "Eu vim da antiga escola de escalada mundial, com isso, respeito o escalador e a sua cadena" e completa "Não tenho como comprovar que Bernabé mandou, mas acredito nele. Caso contrário, toda história da escalada se tornaria inválida. Ele propôs o grau, nada mais! Se ele estiver afirmando que o grau é esse, estará muito errado. Mas como escalador, ele tem todo o meu respeito".

A escaladora basca, Josune Bereziartu, saiu em defesa de Bernabé. Foto: Rikar Otegui.

Bernabé Fernández também é criticado pela comunidade escaladora mundial por ter equipado a via "Orujo" 9a (11c) cavando agarras. Isso foi um dos fatores que contribuiu em muito para a degradação de sua imagem e credibilidade.   
Cavar agarra... e ainda tem quem queira utilizar essa prática nos dias de hoje! 
Não acredita? Clique aqui e aqui
Inacreditável!


Post ao som de Augustus Pablo - Lion of Judah Dub.
JahBless.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Chegou a "Hora do Planeta".



A "Hora do Planeta" (Earth Hour) é uma campanha mundial da Rede WWF de alerta contra o aquecimento global que está dando o que falar. Neste ano, pela primeira vez, o Brasil participará do evento. O ato simbólico acontecerá dia 28/03 (amanhã) às 20h30, onde empresas, organizações, governo e população de todo mundo serão convidados à desligar as luzes por uma hora. Os sessenta minutos que as luzes permanecerão apagadas têm como objetivo principal chamar a atenção para as mundanças climáticas proveniente da agressão causada pelo bicho homem ao planeta.
Durante o primeiro evento realizado em 2007 na Austrália, dois milhões de pessoas desligaram suas luzes. No ano seguinte, foi a vez de cinquenta milhões de pessoas em todo mundo aderir a campanha.  Em 2009, pretende-se atingir mil cidades e mais de um bilhão pessoas.

A Hora do Planeta 2009 atingirá mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. Foto: Divulgação. 

Mas atenção, a Hora do Planeta é um alerta! Não devemos apenas apagar as luzes e achar que com isso estamos acabando de vez com o problema do aquecimento global. No nosso dia-a-dia devemos sempre economizar energia, combustível e água. Incentivem a coleta seletiva. Dê preferência aos transportes coletivos, mas sempre que possível faça uso de uma bicicleta ou dêem uma caminhada. Prefira também os alimentos com pouca embalagem e proveniente de sua região. Usem somente madeiras extraídas legalmente. Por fim, divulguem essas dicas para todos seus amigos.

No site oficial do evento é  possível ter acesso há mais informações, além de ver as personalidades e as cidades que aderiram à campanha, como e por quê participar e uma galeria com vídeos e fotos.


Espero que esse ato possa iluminar a cabeça das pessoas e chamar a atenção delas para que possamos reverter esse quadro. Conscientização.
Ah, e quando sairem, por favor, apaguem as luzes!

Post ao som de álbum El Kilo do trio cubano Orishas.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Cadenas com e sem corda dos rapazes da FiveTen.


Parece que os prodígios da Five Ten resolveram dar as caras. Primeiro foi a vez do jovem Paul Robinson fazer a primeira repetição de um antigo projeto de Dave Graham. A via, que está localizada na falésia de St. George, chama-se "Psychedelic" e foi cotada em 11c. Mas não seria V11 ou v17? Não!Acreditem se quiser! O escalador americano de 21 anos, famoso por suas cadenas em boulder, - inclusive um v13 de flash ("Nagual" em Hueco Tanks, Texas - EUA) - deixou o crash-pad em casa, tirou as teias de aranhas da corda e se apertou para entrar no bauldrier - já que fazia tempo que não o utilizava. Acho até que Paul teve que fazer um cursinho pré para lembrar de como se encordar! Para vocês terem uma noção de quanto tempo esse menino não "clipa" uma custura, a última via encadenada por ele foi um 10a. Paul brinca com o caso e deixa uma pergunta no ar. "O dia foi muito bom e eu fiquei muito feliz em mandar minha via mais difícil. Do 5.13c para o 5.14d. De volta aos boulders?" Então galera, vocês que estão mandando décimo grau, vejam que é possível sim, pular de 10a para 11c. Ou pelo menos acreditem nisso que dá um estimulo para os treinos!

Paul Robinson no boulder Terremer V15 em Hueco Tanks, Texas - EUA. Foto: James Q. Martin.

Outro destaque foi a segunda cadena, em solo (sem corda), de um 10c. Esse feito foi realizado pelo, também americano, Isaac Caldiero. O escalador encadenou a via "The Present, que fica no estado americano de Utah. Em seu blog, Caldiero assume que essa já era uma idéia antiga. "Tenho contemplado essa ideia por muito tempo de escalar a 'The Present' sem corda". A via curta e explosiva, teve sua primeira ascensão pelo escalador norte-americano Boone Speed ainda nos anos 90 e ainda com corda.

O primeiro 10c feito em solo foi de autoria do senhor Alexander Huber, em 2004, e a via escolhida por ele foi a Kommunist. Porém estes não foram os solos mais difíceis encadenado por um ser humano - se contarmos os répteis, a cadena solo mais alta foi de Alfred Fritz, um simpático lagarto, que pude conhecer, proveniente da antiga Alemanha Ocidental que encadenou um 35b+ (francês), porém a via espera repetições para confirmação do grau. Ano passado, o escalador, ser humano (talvez) e escocês Dave MacLeod encadenou a via "Darwin Dixit" 8c (11a) em Siurana, na Espanha. 

Isaac Caldiero no boulder "El Chupacabra" V11 em Hueco Tanks, Texas - EUA. - Foto: Tim Kemple.

Toda matéria acima é verídica e pode ser confirmada pela fonte. Exeto a do jovem lagarto alemão ocidental que por algum descuido do programador do site apagou tal notícia surpreendente. Incrível, não?!

Fonte: www.8a.nu

Post ao som de duas músicas do The Gladiators: Rich Man Poor Man e Let Jah Be Praised.

terça-feira, 24 de março de 2009

"CRESÇAM O CAMPO!"


Foi assim que desabafou o jornalista esportivo e diretor de jornalismo da emissora ESPN Brasil, José Trajano, em relação ao futebol medíocre e às constantes brigas entre torcidas organizadas. Pode parecer confuso mas eu vou explicar! Trajano, durante o programa "Bate-Bola" exibido ontem (23/03) na ESPN Brasil, comentou que antigamente, quando os estádios eram maiores e comportavam um maior número de torcedores, não havia essa violência toda antes, durante e depois das partidas. Não havia também esse futebolzinho fraco apresentado pelas equipes nos dias de hoje. Por isso, o fanático torcedor do América (RJ), clamou pelo aumento dos campos, para ver se com isso cresce o futebol e, quem sabe, o cérebro desses trogloditas que estragam os espetáculos (se é que pode-se chamar assim essas peladas) com brigas e mortes.

José Trajano: jornalista esportivo e diretor de Jornalismo da emissora ESPN. Foto: Internet.

Agora, em quê isso tem haver com a Escalada?

Confesso que não muito! Mas vejam por esse ângulo: antigamente os estádios eram maiores e por isso suportavam um maior número de torcedores. Na escalada acontece o inverso. Antes, tinhamos poucas áreas para a prática do nosso esporte, logo, poucos atletas. O que é comum entre eles é que no passado a paz e a tranquilidade eram maiores.

Torcida do Botafogo fazendo a festa no Estádio Mario Filho, o Maracanã. Rio de Janeiro. Foto: Internet.

Atualmente há muitos escaladores, muitas opiniões, muitas éticas locais diferentes. Temas como preservação do local se contrastam com discussões sobre se pode ou não cavar agarras em prol da evolução do esporte. Picos cada vez mais "crowdiados". Brigas em fóruns de sites relacionados ao esporte. Apoios e patrocínios à atletas nacionais são substituídos por "briguinhas" e inveja. Pouco prestígio é dado aos nossos escaladores de ponta. Não há incentivo à iniciação de crianças no esporte. 

Se o crescimento pode gerar um retrocesso no esporte, eu prefiro ficar com meu pensamento de eremita e achar que seria melhor ter poucos picos para a prática da escalada com agarras naturais, uma fauna e uma flora intocáveis e uma paz única para escalar. Pelo menos vejo pessoas como o presidente da FEMERJ, Bernardo Collares, que correm atrás. Lutam pela preservação de áreas castigadas pela ação do homem, pela ética do esporte e por uma evolução dentro da escalada esportiva, em especial. Aproveito aqui para agradecer ao presidente por esse empenho: Valeu Collares!


Tratar com carinho a rocha é o mínimo que se pede. Foto: Internet.

Entendam esse post-louco como um desabafo. Se o José Trajano pode fazer isso na ESPN, onde ele é o diretor de jornalismo, por que eu não posso fazer isso no blog da Família, não é?
 (Rs.)

Post ao som do álbum do Groundation - Tribute to Bob Marley.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Lenga-Lengas e Felipe "Pikuíra" Camargo!

Devido à forças superiores - minha mãe e meu pai - fui obrigado a me dedicar um pouco mais aos estudos e por consequência comecei, de novo, a correr atrás de estágios (se alguém souber de algo, estamos aí! Rs.), com isso, justifico a minha ausência nas postagens para atualizar o blog.

Trabalhos, seminários, leituras... a faculdade também está consumindo! Mesmo cansado, há energia e muita gana para treinar. Sem desculpas! Venho nos últimos dias tentando achar um tema legal para escrever a respeito mas esse mundo parece que não gira! Nada de interesante, somente mais do mesmo!

É o Felipe "Pikuíra" Camargo mandando os projetos todos com poucas entradas, é o Sharma abrindo 9b+ (12c) e mandando mais uns 9b's (12b), é o Ondra mandando 11a à vista! A lenga-lenga de sempre! Brincadeira! Vale a pena reportar aqui duas cadenas F.A. (First Ascent) muito importantes feitas pelo Felipinho.

Chris Sharma na via "Golpe de Estado" 9b (12b) em Siruana, Espanha. Foto: Pete O´Donovan.

Uma é a via "A Dor É O Poder" graduada em 10c/11a. A via, que está localizada no Setor 45, em Sete Lagoas, Minas Gerais, foi equipada pelo escalador local "Fei" com a ajuda do também mineiro, Fred Vianna. "Pikuíra" diz que sente dificuldade em graduar a via porque ela se encaixa no seu estilo "regleteiro". "Acho que a via seja um 10c/11a mesmo, como escrevi no blog. É osso graduar a via desse estilo, ainda mais eu me dando tão bem em regletes pequenos." A via começa com um boulder de v11 logo em seguida pega um trecho de 9b ou 9c. Felipe compara ainda a via a um outro 10c, o Coquetel de Energia, no Campo Escola 2000 na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. "A Dor É O Poder é ainda mais dificil que o coquetel!" Como eu já entrei no Coquetel, dá para se ter uma idéia de quão bizarro devem ser esses regletes! 

Felipe com a "seg" do "Fei" na via "A Dor É O Poder" em Sete Lagoas, MG. Foto: Gustavo Baxter.

Outra cadena que merece destaque é a da via "Cabra da Peste". Essa fica localizada na Serra do Cipó, na Meca da escalada esportiva, situada também no estado mineiro. A via, que também foi aberta pelo "Fei", foi graduada pelo escalador do interior de São Paulo em 10c. Segundo o atleta de 17 anos, a cadena dessa via foi mais difícil que a da "A Dor É O Poder". "Aparentemente foi mais difícil do que a outra. Mas acho que é pelo estilo. Essa segue uma linha vertical com regletes abaulados, difíceis de fechar a mão. Deixo graduada como 10c HARD.". A linha conta com o crux nas 4 primeiras proteções (chapeletas) e depois há um descanso onde é possível tirar os braços. Felipe diz que depois o grau da via diminui para 8c e daí é dificil cair.

Felipe na via "Cabra da Peste" na Serra do Cipó, MG. Foto: Gustavo Baxter.

Agora é esperar para postar aqui a cadena da Extensão da Inquilinos: seu próximo projeto. Uma linha fantástica que se inicia na via "Inquilinos" 9a e termina na "Ética Decomposta" 9b. O crux está na ligação das duas vias. Um boulder de cinco moves cotado em v11 somente encadenado pelo o insolente (Risos). "A via deve estar em torno de 10c! Esse será meu primeiro objetivo quando eu voltar da Europa!". Felipe está a caminho do "Antigo Continente" no dia 15 de Abril e, em resumo, vai focado para treinar com as seleções austríaca e espanhola para disputar os campeonatos mundiais, inclusive o Master Internacional de Penne, na Itália - competição para apenas 10 convidados onde ele será o unico sulamericano a participar. E sempre que der, o brasileiro promete dar aquela escapada para as rochas da gringolândia!

Felipe no crux da extensão da via "Inquilinos" na Serra do Cipó, MG. Foto: Gustavo Baxter.

Parabéns por todo esse sucesso! Pela sua dedicação aos treinos, profissionalismo para lidar com o esporte, humildade e muita força de vontade! Parece que foi ontem aquele festival da By na Casa de Pedra onde eu conheci esse moleque (Risos). Parabéns mais uma vez, Felipinho!

O escalador Felipe "Pikuíra" Camargo, nascido em Ribeirão Preto - interior de São Paulo - tem 17 anos e atualmente mora em São José do Rio Preto, também no interior. Felipe é patrocinado pela Beal e Academia Altitude.

Post ao som de Gladiators - Jah Works.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Groundation faz show no Rio de Janeiro.


Ingresso do show do Groundation no Canecão. Foto: Roger Ramos

"Até que enfim!" Foi isso que pensei assim que passei pela mocinha - muito bem apessoada, diga-se de passagem (risos) - que recolhia os convites para o show. Às 20h10, finalmente, entrei na casa de espetáculos, Canecão, localizada no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, para o tão aguardado show da banda norte-americana de reggae Groundation. Junto com meu irmão (Pedro Gomes) e o amigo Rodrigo Nunes, esperamos exatos 95 minutos para o início do show. Nem o estratosférico preço do ingresso, nem a longa e desorganizada fila para comprar-los, e muito menos o atraso de 1h15m desanimaram os fãs cariocas da banda. Assim que as cortinas se abriram, a espera deu lugar à euforia! 

Groundation durante show realizado ontem no Canecão. Foto: Pedro Gomes.

Confesso que, mesmo já tendo visto a banda em vídeos no YouTube, fiquei surpreso. Os integrantes não fazem o estilão jamaicano (roupas largas e coloridas, cordões, penduricalhos, etc). Os músicos trajavam camisas e camisetas, bermudas, chinelão e etc. Então, foi no maior estilo californiano que o Groundation, comandado pelo camisa 10 da seleção brasileira (Que Ronaldinho Gaúcho que nada!), o vocalista Harrison Stafford, arrancou aplausos, gritos e coros de famosos sucessos da banda por duas horas e cinco minutos (o maior show da turnê até agora). O show contou com performances inesquecíveis dos instrumentistas, em especial o percusionista Paul Spina - que levou o público ao delírio com suas batidas (confira no link a performance de Paul Spina) - e o tecladista Marcus Urani - que precisou da ajuda de um contra-regra para segurar seu teclado para que não caísse, tamanha era a força com que ele batia nas teclas.

Outro fato memorável, foi quando o baixista, Ryan Newmann, durante o primeiro "bis", deu inicio ao riff de "Come Together", hit de sucesso da banda inglesa The Beatles. O cover da música ficou muito bom. Um arranjo bastante original com mensagens que pregavam paz e amor. Em seguida foi a vez das back-vocals Kim Pommel e Stephanie Wallace arrepiarem o público com suas cordas vocais durante o lendário som de Bob Marley & The Wailers, "Exodus". Porém o que mais emocionou os fãs foi o terceiro "bis". Após gritos de "Groundation, Groundation!" a banda retornou ao palco e tocou, que na minha opinião é uma das melhores músicas de reggae que eu já ouvi: "Freedom Taking Over".

O vocalista e guitarrista, Harrison Stafford, com a camisa da seleção brasileira, contemplou os fãs com mensagens que pregavam o amor e a paz. Foto: Pedro Gomes.

Por falar em mensagens, era com bastante atenção e silêncio que o público ouvia os recados de Stafford. Antes de tocar o sucesso "Music Is The Most High", quarta faixa do álbum "We Free Again", Harrison, disse que o Futuro está no amor unificado e que para combater o mal e guerra nós temos na música a arma mais eficiente. E como um bom norte-americano, o vocalista também engrossou o discurso político ao lembrar da última passagem da banda pelo Brasil, quando eles enfrentavam um momento triste, mas que agora com a chegada de Barack Obama, o novo presidente dos Estados Unidos da América, eles voltaram a sorrir e a ter esperança numa melhora geral. 

No show foram tocados sucessos de todos os álbuns, exceto os do "Dub Wars"(2006). Segue abaixo o set-list (original e escrito a mão) do show do Rio de Janeiro, cedido ao blog ao término do show - depois de muito pentelhar o rapaz para pegar o tal papel:
5 - Dream
12 - Hebron

Set-list original do show do Groundation no Rio de Janeiro, com erros e sem os "bis". Foto: Caio Gomes.

O show decorreu na maior paz, como já era esperado. A qualidade do show foi incrível: luz, som e o ambiente devidamente climatizado. A boa estrutura do Canecão proporcionou o comentário em off do vocalista da banda: "Ano que vem, Canecão né?". Para finalizar, Harrison Stafford deixou o palco junto dos outros integrantes dizendo: "Rio, nos veremos em breve... em breve!" E assim espero, Sr. Stafford. 

"This is GROUNDATION!" (Harrison Stafford).

Post ao som do álbum "Dub Wars" de 2006 do Groundation.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Daniel "Olho" faz primeira repetição do "Envergadura dos Fiapos" 9b (v10).


No último sábado, dia 7, o escalador niteroiense (papa-goiaba) Daniel "Olho", fez a primeira repetição do boulder "Envergadura dos Fiapos" 9b (V10) localizado na Pracinha de Itacoatiara em Niterói, RJ. O boulder, que consiste na junção dos boulder "Envergadura de Alá" 8b (V7) e "Fiapos" 9a (V9), teve a primeira cadena foi feita por mim (Caio Gomes), em Agosto de 2007. "Eu já tinha mandado o 'Envergadura' e o 'Fiapos', mas no dia eu dei duas entradas no 'Envergadura' e na segunda tirei a cadena, daí continuei mas cai já no 'Fiapos'. Na outra entrada consegui fazer a junção toda e tirar a cadena do boulder." comentou o escalador. 

Daniel "Olho" solando a via Diagonal - Pracinha de Itacoatiara, Niterói. Foto: Luiz Andrade.

Quando perguntado sobre o grau do boulder, "Olho" revelou que essa foi a cadena mais difícil feita por ele. "Fui no meu limite, bufei muito! (Risos). Eu achava que seria fácil pois já tinha dominado os movimentos do "Fiapos", mas não foi bem assim!" e completa, "É um 9b (v10) com certeza! Ainda mais que quando eu desci quase tive um teto-preto e ainda dei uma cabeçada na pedra quando pulei de alegria em função da cadena. Estou com o "galo" até hoje! (Risos)"

Daniel "Olho" no boulder "Envergadura dos Fiapos" 9b (V10) na Pracinha de Itacoatiara, Niterói.

Segundo Daniel, seu próximo projeto será o "Nazista" 9a (v9?) também situado na Pracinha, que ainda não tem repetições, apenas a minha cadena. Com isso, o boulder espera pela confirmação do grau.

Parabéns ao Daniel "Olho", atleta Mr. Rock e porque não, um irmão da Familia Buscapedra! KAMON OLHÃO! 

Post ao som do reggae de Barrington Levy - Black Roses.
Boas escaladas à todos: Paz.
JahBlessUs.

Calendário do Circuito Estadual de Boulder do Rio de Janeiro 2009.


Acabaram as férias para os atletas do Estado do Rio de Janeiro. Já está disponível no site da FEMERJ - e agora aqui no blog - as datas do circuito estadual. Assim como no ano passado, todas as etapas serão disputadas na modalidade BOULDER. Confira a seguir as datas das campetições:

Caio Gomes na final da IV Etapa do Circuito Estadual de Boulder 2008 - Etapa VDOZE no Centro de Escalada Limite Vertical

10/05 - 1ª Etapa: ASPIRANTE (Masc. e Fem.) e MASTER (Masc. e Fem.)*
07/06 - 1ª Etapa: INFANTIL e 40 PLUS (Masc. e Fem.)**
05/07 - 2ª Etapa: ASPIRANTE (Masc. e Fem.) e MASTER (Masc. e Fem.)*
09/08 - 2ª Etapa: INFANTIL e 40 PLUS (Masc. e Fem.)**
30/08 - 3ª Etapa: ASPIRANTE (Masc. e Fem.) e MASTER (Masc. e Fem.)*
04/10 - 4ª Etapa: ASPIRANTE (Masc. e Fem.) e MASTER (Masc. e Fem.)*

* Categoria ASPIRANTE (Masc. e Fem.) e MASTER (Masc. e Fem.) somente para Federados.
** Categoria INFANTIL e 40 PLUS (Masc. e Fem.) não precisam ser Federados. A Categoria INFANTIL será dividida por idade.

As competições acontecerão no Escalada Indoor Icaraí localizado no Clube Rio Cricket (Rua Fagundes Varela, 637 - Icaraí) em Niterói.

Aguardem novas regras no site da FEMERJ para as competições de 2009.

Post ao som da banda Ponto de Equilibrio, um dos melhores reggaes nacionais: Ponto de Equilíbrio - O Inimigo.

Boas escaladas para todos: Paz!
JahBlessUs.

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Entrevista" - Guilheme Quacchia.


Bom, o post de hoje será a inauguração da sessão "Entrevista". Porém antes de apresentar o nosso convidado de hoje, vou explicar um pouco do objetivo dessa sessão. A "Entrevista" tem como meta contar um pouco da história de alguns escaladores que nem todos conhecem mas que fizeram e/ou ainda fazem parte da escalada nacional de alguma forma. Na tarde de hoje bati um papo com o escalador-slack-highliner Guilherme Quacchia, de 19 anos. Gui no momento está no "estaleiro" (como vocês vão ler a seguir) mas que tem no seu currículo além de um título Brasileiro Juvenil, a cadena mais jovem (14 anos) da forte via Bambam (9a) localizada no Campo Escola 2000 na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. A conversa foi rápida porque o Rasta estava numa pressa sinistra! (Risos) Mas apesar de curto, o "desenrolo" foi bem legal. Conversamos sobre Slackline e Highline, consciência sobre tais esportes e sobre sua volta às pedras. Confira abaixo como foi essa conversa.

Guilherme Quacchia. Foto: Rodrigo Nunes.

Gui, de onde surgiu esse interesse pelo Slackline e posteriormente pelo Highline?
O slack veio quando eu ainda escalava no Centro Excursionista Brasileiro (CEB). A galera da escalada sempre teve uma ligação com o Slack. Mais tarde, no Complexo de Escalada Onze A, eu comecei realmente a brincar! No ano passado eu comprei uma fita para mim e aí tudo começou. Com o tempo, simplesmente atravessar de um lado para o outro perdeu a graça e juntando ainda mais as técnicas de escalada com slack, parti pro Highline.

Em relação ao Highline, o que você sente quando está em cima da fita a alguns metros do chão?
Um pouco de euforia, já que na hora são inúmeras coisas passando pela cabeça: a altura, a distância, uma chegacagem mental do sistema todo de segurança, como cair e, é claro, a concentração para andar. Depois de andar algumas vezes em sequência fica mais fácil porque você acaba se concentrando somente em andar.

Highline na Garganta na Enseada do Bananal em Itacoatiara - Niterói. Foto: Rodrigo Nunes.

Você recentemente encadenou um dos mais famosos Highlines do Rio de Janeiro: a travessia da Garganta, localizada na Enseada do Bananal, em Itacoatiara, Niterói. O Highline tem 30 metros de altura e 8 de distância. Explique para a gente, o que representou essa cadena para você?
Pra mim foi um grande feito pessoal, já que na época que eu fiz pela primeira vez eu não tinha e não conhecia muitas pessoas com interesse ou coragem para ir comigo. Enton fui lá praticamente sozinho. O bom que depois de fazer algumas vezes e divulgar, começaram a surgir outras pessoas com vontade de tentar o que para mim foi muito bom porque nesse esporte a companhia de outros e o apoio é muito importante.

Por falar em divulgação, você acha que o Slackline, por exemplo, já está virando um esporte popular nas praias do Rio de Janeiro e Niterói? E o que você acha dessa popularização?
Popular eu não diria, mas vem crescendo rapidamente. Aqui em Niterói, na verdade, não vejo um grande número de pessoas montando na praia, lembro de no máximo dois grupos de pessoas que o fazem. Já no Rio, mesmo nunca tendo visto um Slack montado, eu sei que cada vez mais a galera se reúne para passar a tarde andando de Slack, tanto nas praias de Copacabana, quanto na do Leblon ou de Ipanema. A popularização do slack eu acho que estimula a concentração, já que o esporte é quase que uma meditação. Só me preocupa que alguns se entusiasmem e tentem fazer algum Highline sem a devida segurança.

Highline na Garganta na Enseada do Bananal em Itacoatiara - Niterói. Foto: Rorigo Nunes.

Para finalizar! Você começou a escalar desde cedo e sempre competiu, assim como eu. Dentre alguns títulos, você já foi Campeão Brasileiro Juvenil na Copa Conquista realizada na extinta Academia Jaguati, em Curitiba (PR), há alguns anos atrás. Bom, a pergunta que não quer calar: por que dessa parada e se você já tem data para retornar aos gramados, quero dizer, às rochas? (Considere um meio esporro!)
(Risos) Enton, acabei parando de escalar pois estava estudando no Rio, primeiro de manhã e um dia a tarde, depois manhã e dois dias a tarde, e no final já estava estudando de manhã e todo dia a tarde. Com isso meu tempo foi ficando curto e assim fui diminuindo a frequência para escalar. Ano passado tentei voltar, fiquei um mês e meio no muro, estava voltando a ter um condicionamento, porém me lesionei! Melhorei, mas no fim do ano passado machuquei o dedo mindinho, e agora recuperado e com gás, pois estou fazendo trilha frequentemente, quero voltar, mas antes tenho que acertar minha situação na faculdade e estágio.

Muito obrigado pela paciência com o repórter-estagiário e eu espero te ver em breve fazendo força nos décimos na rocha e nos treinos lá no muro. KAMON, Gui! 
Ah, valeu! Esse ano mesmo eu pretendo estar de volta. Então, só ressaltar que o Highline apesar de ser muito mais impressionante do que difícil, deve ser feito sempre com o máximo de precaução pois as forças exercidas nos materiais são enormes, e deve levar isto em consideração para que seja feito tudo de forma segura.

Entrevista e texto redigido ao som do Disco 2 da coletânia Songs Of Freedom do mestre Robert Nesta Marley.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um dia com o Gringo... e com a mulherada!


Calma pessoal, não se trata da cadena do homônimo boulder graduado em 9b (v10) e localizado na Pracinha de Itacoatiara, ou muito menos de uma farra em algum cabaré estrangeiro regado a vodka. Nada disso! Estou falando da tarde que passei na Urca no último domingo (08/03), durante o evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que por sinal foi excelente. Ótima organização, a mulherada compareceu em massa e foi estabelecido mais um recorde do evento: 120 escaladoras compareceram ao encontro - batendo o número de 78 presentes no evento do ano passado. Quero então aproveitar a oportunidade e desejar, bem verdade que atrasado, muitas felicidades para essas mulheres, em especial para àquela que considero a mais importante da minha vida, a mulher da Familia Buscapedra, a que fez essa familia existir, a minha mãe: Jussara Martins Gomes. Obrigado por apoiar nossa família nesse esporte louco porém fascinante!

Foto oficial do evento. Foto: Alice Souza.

Mas vamos ao que interessa! Explicando o título da matéria: ao chegar na Urca, após a figuração na Praia Vermelha, me dirigi à Pedra do Urubu com meu pai (Jorge Gomes), meu irmão (Pedro Gomes) e um casal de amigos, os escaladores que considero ser o futuro da escalada esportiva do Rio de Janeiro, o meu xará Caio Pimentel e a jovem Bebel. Chegando lá me deparei com um monte de gringos que estão no Rio para umas filmagens e que estão sendo guiados pelo escalador local Hugo Langel. Logo de cara reconheci o Cedar Wright e o Tim Kemple.

Apesar de estar 10 dias sem escalar por estar me recuperando de uma estomatite adquirida durante o famoso carnaval de Diamantina (MG), percebi que não podia perder a oportunidade de escalar com os caras. Larguei da frescura de que "não estou treinando para via" e entrei com o Tim Kemple e o forte escalador carioca Bernardo Biê na também forte porém "germânica-carioca" Southern Comfort 10a, vulga, Via do Alemão. Após pegar a sapata e o saquinho de magnésio do Caio Pimentel, o baudrier do Jah, começaram os trabalhos! O Biê começou tentando, logo desceu para dar segurança ao Tim que não conseguiu isolar o crux mas me mostrou ser forte como já pude ver no filme Dosage III (se não me engano). Logo em seguida Tim desceu pra ficar na minha "seg". Meu desempenho na via foi bastante animador! Consegui isolar o crux achando um beta novo, diferente dos betas do Fabio Muniz, Ralf Côrtes, Pedro Raphael e do Pita. 

Após a session de climb rolou um bom papo com o Tim. Um cara super gente boa, caladão, mas quando resolve conversar é bastante engraçado. Ele soltou uma durante a conversa: "Tenho um amigo que vai adorar a idéia de tentar o Alemão de highball". Em seguida, ele riu. Pra completar eu disse: "É, provavelmente ele dê apenas duas entrada: uma na via e a outra será na emergência de um hospital caso ele caia!" (Mais risos).


Agradeço ao Biê e ao Tim, além do Hugo, Jah, Quequel Guilhon, entre outros que estavam presentes por mais uma ótima tarde de escalada na Urca.
Sábado agora (14/03) voltarei à via. Em breve mais notícias. Fico devendo a foto da via também.

Postagem ao som do último disco de um das maiores bandas de reggae da atualidade, Groundation, o "Upon the Bridge" (2006). E por falar em Groundation, postarei em breve notícias do show que irei com meu irmão domingo na casa de espetáculos no Rio de Janeiro, Canecão.

Boas escaladas e muita paz.
JahBlessUs.